Clássico-contemporâneo: extremos com bom gosto

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É possível, sim, combinar estilos extremos como o clássico e o contemporâneo e ainda ter um ambiente marcado pela parcimônia, autenticidade e pelo bom gosto.

 


Se você tiver os óculos de Realidade Virtual (Rift ou Móvel), visualize este ambiente. Se não, toque na imagem, de um lado para o outro, para cima e para baixo, e curta a foto 360!

 

Por: Cordel de Achados/ Projeto VR (Virtual Reality): VR4BI – Caio Cardoso Lucena

A lógica mostra que extremos são conflitantes e não combinam. Mas, tratando-se de amor e de decoração, a acertiva é falsa. Exemplo disso são as variadas composições campeãs proporcionadas pelos estilos clássico e contemporâneo em um mesmo ambiente. Isso é tão verdadeiro que o clássico-contemporâneo é a maior tendência do segmento hoje. Misturar elementos diferentes pode, sim, ser harmonioso e encantador.

Tudo começa com a leitura dos estilos, aliada às necessidades dos moradores, feita pelo arquiteto, decorador ou design de interiores. O resultado é um décor pensado para manter as características de época, embora com um tom moderno e jovem, revisitado. Uma casa autêntica e charmosa, com elementos de épocas e estilos distintos casados em um cenário perfeito, atemporal e chique.

Um ponto importante a lembra é que a mistura de estilos deve acontecer de maneira sutil, sem exageros. Tudo deve ser pensado: cores, formas e texturas, para não perder a essência dos dois estilos trabalhados. Só assim o espaço terá ao mesmo tempo sintonia com a história e com os tempos atuais.

 

Um pouco do clássico…

Todos conhecem o estilo clássico pelo conservadorismo que inspira. Ele é representado por móveis produzidos para reis e rainhas dos séculos passados. Entre as características marcantes estão os detalhes e o requinte, refletidos nos ornamentos curvilínios de tons dourados. O mobiliário é de madeira nobre, marchetaria e com estilo Luis XV. Poltronas de couro também são exploradas na ambientação, por serem extremamente confortáveis e duráveis. Entre os objetos, castiçais, porcelanas, obras de arte e espelhos são os mais usados.

 

Um pouco do contemporâneo…

Já o contemporâneo nasce da simplicidade e a partir do ano de 1975 absorve as mais variadas tendências de estilo que surgem. As paredes são pintadas de branco ou, levam papel de parede discreto. O mobiliário esguio ostenta peças angulares, com formato largo, altura baixa e superfícies lisas. Os materiais eleitos são vidro, pedra, cimento, metal, aço, mármore e madeira clara e escura.

No acabamento, priorizam-se os detalhes envernizados, envidraçados, metalizados e pintados. É comum vermos os estofados revestidos por tecidos confortáveis e convidativos, como cabedal, alcântara, vinil, corda, bouclé, flanela, lã, algodão, linho, seda, caxemira e juta. Mescle a tudo isso formas geométricas, cores neutras – preto, branco, cinza, azul-acinzentado, bege, creme e castanho – com destaque para tons mais fortes, como amarelo, laranja, vermelho, berinjela ou lilás.

Veja, abaixo, alguns ambientes na Casa Cor São Paulo 2016 que exploram essa combinação de estilos.

2. Adega

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Área: 13 m²

Inspiração: visual cool centrado em adega inusitada, construída com blocos de concreto encaixados.

Cores: sóbrias – cinza, concreto e um toque pontual de amarelo.

Materiais e objetos: móveis italianos e peças clássicas de antiquário.

Arquitetos: Triart Arquitetura (André Bacalov, Kika Mattos e Marcela Penteado).

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A estrela da adega é a estante feita de tijolos de concreto, que cobre do chão ao teto e acomoda as garrafas de vinho.

 

3. Sala de Almoço

Inspiração: referências do passado, como os lambris aplicados nas paredes no tom verde-celadon, que também abrigam o canto da biblioteca e lareira.

Cores: verde, amarelo, cru.

Materiais e objetos: linho e fibras naturais. Ornamentos dos séculos 18 e 19.

Arquitetos: Gustavo Paschoalim e Paulo Azevedo.

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No canto da sala um lugar de leitura com poltrona de belíssima estampa.

 

 

4. Sala de Estar Hot Spot!

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Área: 59 m² Inspiração: ambientes parisienses e nova-iorquinos, a exemplo do uso de boiseries (pronuncia-se “boaserrí”), um revestimento francês usado nos séculos 17 e 18. A técnica consiste em emoldurar paredes com painéis de madeira em relevo.

Cores: preta, cinza, bege, azul.

Materiais e objetos: metal, lâminas de madeiras queimadas usadas no acabamento das paredes (painéis) e mobiliário de formas curvas.

Arquitetos: CASAdesign Interiores (Sálvio Moraes Jr. e Moacir Schmitt Jr.).