Brasil é “parque de diversão” com adrenalina

Brasil é “parque de diversão” com adrenalina
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De norte a sul, de leste a oeste, sobram atrações naturais para o turismo de aventura. Em solo brasileiro, a diversidade da natureza é incomparável.

 

Por Reportagem Cordel de Achados/ Fotos Pixabay/ Monica Volpin

O Brasil ocupa posição de destaque quando o assunto é turismo de aventura ou ecoturismo. De acordo com estudos da Organização Mundial de Turismo (World Tourism Organization UNWTO) e do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, somos considerados o país, no mundo, com maior potencial natural para o desenvolvimento dessa modalidade turística. Em outras palavras, o gigantismo do território brasileiro e sua exuberante diversidade são ideais para a expansão desse segmento como negócio.

Para entender um pouco mais sobre esse assunto, as potencialidades, os destinos e o que, de fato, pode ser considerado turismo de aventura, o Cordel de Achados conversou com o vice-presidente da Associação Brasileira de Ecoturismo e Turismo de Aventura, ABETA, Luiz Del Vigna.

 

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Cachoeira Caracol, Canela, Rio Grande do Sul, Brasil. Apenas admirá-la é turismo de contemplação; mas se interagir, escalando, por exemplo, isso é turismo de aventura.

 

À primeira vista o tema, que parece simples, ganha outra dimensão quando se entende um pouco mais sobre ele. A começar pelos “riscos controlados” inerentes. “Quem contrata o serviço sabe que acidentes podem acontecer. Quem fornece tem de estar preparado para evitar situações que fujam ao controle”, lembra Luiz. Afinal, estamos falando de aventura. E qualquer boa aventura envolve adrenalina, flerte com o inusitado.

Não à toa, para definir o segmento, Luiz lança mão de uma expressão do setor. “Tirou o pé do chão é capacete. Colocou o pé na água é colete”. Essa ideia resume bem outra questão básica desse negócio. O turismo aventura pede envolvimento, interação com a natureza. Essa é uma das diferenças, diga-se formal, para o ecoturismo, que tem mais a ver com a contemplação da natureza.

Ou seja, olhar o pôr do sol, passear por uma floresta, ver o amanhecer numa praia deserta estão mais ligados ao ecoturismo. Agora, se você faz ou tem interesse em fazer arvorismo, cavalgada, bungee jump, escalada, tirolesa, mergulho, surf, windsurf, kitesurf, canoagem, paraquedismo, boia cross, entre diversas outras atividades de uma lista enorme de possibilidades, saiba, você é um turista de aventura.

 

Brasil está descobrindo o turismo de aventura

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Passeio de caiaque. Parapente. Prepare-se para ter grandes emoções e excelente contato com a natureza em uma pequena embarcação.

“Tirou o pé do chão é capacete. Colocou o pé na água é colete”.
Luiz Del Vigna

“O Brasil inteiro é um ‘parque de diversão’ da natureza. Nós é que ainda não descobrimos isso”, dispara Luiz, que acredita na falta de interesse dos brasileiros pelo Brasil como um dos motivos do crescimento ainda limitado do do setor. “Somos muito ligados à praia. Não temos o mesmo interesse pelo Brasil profundo. Por outras opções de viagem. Por lugares mais remotos, menos conhecidos.”

 

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O paraquedismo não é um esporte recente. Há registros do ano 1306, de acrobatas chineses que se atiravam de muralhas e torres com um dispositivo semelhante a um grande guarda-chuva para amortecer a chegada ao solo. Fonte: Wikipedia.

 

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, elabora frequentemente estudos sobre o setor. Um de seus últimos levantamentos indicou que, em 2015, mais de 5 milhões de pessoas fizeram algum tipo de turismo aventura no país. Com isso, o mercado faturou mais de R$ 515 milhões. Empregou 15.585 trabalhadores; nas altas temporadas chegou a contratar 22.489 pessoas.

Outros dados levantados pelo Sebrae sobre o turismo de aventura apontam 62% do território nacional com vegetação nativa, favorecendo a prática de arvorismo, trilhas, escalada, montanhismo etc. Há 7.408 km de extensão litorânea em que é possível fazer canoagem, kitesurf, mergulho, entre outras atividades náuticas.

 

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Mais de 5 milhões de pessoas fizeram algum tipo de turismo de aventura no Brasil.

 

Somos o terceiro em número de adeptos

A biodiversidade do país está entre as maiores do planeta. Representa mais de 20% do total mundial. Há mais de 230 pontos de referência indicados para a prática do turismo de aventura e o setor é composto por mais de três mil empresas. Ah, e estamos em terceiro lugar entre os países com maior número de adeptos do turismo de aventura. À nossa frente, os Estados Unidos e a Argentina, em primeiro e segundo lugar respectivamente.

“Temos enorme potencial de crescimento. O setor tem total condição de ser o esteio econômico da sociedade”, garante Luiz. Ele lembra, ainda, o fato de o turismo ser o quinto produto de exportação brasileiro, figurando entre a produção de minério de ferro, soja, petróleo e açúcar. “Todos os demais ranqueados são commodities. Em comparação a eles, agregamos mais valor ao país”.

 

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Dia de trabalho. Luiz Del Vigna em seu “escritório” na praia do rio Tocantins em Palmas. Foto: Acervo pessoal.

 

Para ver outros detalhes sobre Turismo Aventura e Ecoturismo, acesse o site da Abeta.
Encontre aqui mais detalhes do levantamento do Sebrae sobre o setor.

No site do Ministério do Turismo é possível acompanhar informações sobre o desenvolvimento do setor no Brasil.